terça-feira, 24 de julho de 2012

Dinâmicas de Grupo

Dinâmicas de grupo são atividades realizadas comumente no âmbito empresarial com  objetivos diversos, entre eles aproximar pessoas que trabalham em um grupo e detectar características dos indivíduos do grupo. 


Além de servir como uma ferramenta para melhorar a interação dentro de um grupo, as dinâmicas de grupo são utilizadas como avaliação em seleções de empregos. A ideia principal é perceber como as pessoas se comportam quando estão diante de situações difíceis, quando é preciso tomar decisões rápidas, e principalmente como se comportam dentro de um grupo, já que, cada vez mais na atual sociedade, trabalha-se em equipes com grande número de pessoas, dividindo responsabilidades e tendo que respeitar hierarquias e opiniões. 

Através das dinâmicas de grupo é possível perceber os perfis dos participantes: normalmente aquele com características de liderança se destaca. Mas é necessário identificar que tipo de liderança este "cabeça" exerce sobre os colegas. As dinâmicas de grupo são capazes de realizar essa avaliação, e neste caso são utilizadas em organizações onde os integrantes já se conhecem, como uma avaliação do ambiente cotidiano da empresa. Na administração e gestão, abordam-se essas questões no sentido de descobrir o que fazer para melhorar a produção qualitativa e quantitativa e também melhorar o ambiente de trabalho. 

As dinâmicas de grupo também funcionam como aliviadoras de tensões laborais. Este autor já trabalhou em fábricas ministrando Ginástica Laboral, e o dia em que eram realizadas as dinâmicas de grupo eram os mais esperados pelo trabalhadores, tanto os da linha de montagem quanto os do escritório. 




Em empresas preocupadas com o bem-estar no trabalho, também são realizadas dinâmicas de grupo com diferentes grupos hierárquicos, isto é, misturando-os, e possibilitando uma troca de experiências entre os funcionários, e fazendo com que todos se aproximem, para de forma subconsciente estarem ligados aos objetivos da empresa. 

Em conclusão, podemos perceber que as dinâmicas de grupo cada vez mais ganham seu espaço no meio laboral, deixando de serem vistas como brincadeiras sem sentido,  e crescendo em importância, tanto como ferramenta de seleção, quanto como forma de melhorar o convívio dentro das organizações. 


Desporto como Ferramenta de transformação



Olá amigos!

Novamente aqui estamos para mais elucubrações! Veremos se conseguiremos um pouco de reflexões sobre a gestão desportiva e a psicologia.

Já discutimos sobre a grandeza que o Desporto atingiu no último século. Influencia e é influenciado pelos comportamentos contemporâneos da sociedade. Olhando pelo prisma da educação, o desporto é de fato capaz de AJUDAR na formação de crianças e adolescentes. Utilizando as dimensões procedimentais, conceituais e principalmente atitudinais, através de exemplos de valores como a determinação, a 

dedicação e o  companheirismo podemos traçar paralelos entre o desporto e a vida quotidiana. 

Entretanto, não podemos fazer do  AJUDAR  algo maior que o seu significado. E isso, equivocadamente vem acontecendo. Essa nem tão nova ordem ganhou eco e o desporto como fator educacional passou a ser reconhecido por muitos como a ferramenta, que como uma panaceia resolverá todos os problemas da sociedade. O problema principal é: como atingir os objetivos de um programa desportivo educacional sendo o desporto uma prática cultural bastante diversificada e que possui diferentes visões dos autores a respeito do processo educativo?

Vai uma garrafada aí?!



A resposta para a pergunta acima não é simples. Primeiro vamos identificar os atores desse processo. Claro, o mais importante é o professor. PROFESSOR? Nos dias da alta velocidade de informação que vivemos,  manter o professor como centro da educação é equivocado. Acredito que o ensino deva ter como centro a CRIANÇA. É necessário levar em conta os anseios dos jovens para convencê-los de participar daquilo que é proposto. Os maiores problemas desses programas são desenvolver atividades inadequadas que apenas vislumbram o futuro das crianças sem levar em consideração a idade e as vontades dessas crianças no presente. O professor deve ser um intérprete dos anseios dos alunos e proporcionar momentos agradáveis, desta forma "prendendo" a criança ao programa por bastante tempo. Isso não significa que ele deva fazer tudo que os miúdos quiserem! Ele precisa adequar e orientar, e não atrapalhar o que o esporte já traz de bom.



Falando de um programa esportivo com o escopo principal de desenvolver valores como liderança, respeito, disciplina e dedicação, podemos citar o "Cultivating leadership in team captains" do professor Dan Gould, da Universidade de Michigan State. Segundo Gould, é comum ouvirmos que o esporte desenvolve a liderança, mas poucos treinadores o fazem de fato. Além disso, muitos treinadores elegem os capitães de suas equipes pelo comportamento natural que os atletas demonstram, mas sem os orientar sobre o que fazer, como fazer e porque fazer. Gould define algumas estratégias para desenvolver de forma objetiva essas capacidades:

  • ser proativo - determinar o que é liderança pra si, porque é importante e como pode ser desenvolvida com as crianças que você trabalha;
  • ser um modelo positivo - fornecer orientação e experiência para as crianças  e ser um exemplo;
  • ensinar sobre os princípios da liderança - fornecer feedback sobre as habilidades e de liderança durante a temporada 

(tradução nossa).

Esse deve ser o papel do treinador/professor. Desta forma, ele desenvolverá a consciência da capacidade de liderança do jovem. Este começará a falar sempre estando em contato visual, sempre com atitude positiva, entenderá a complexidade da relação entre líder e liderados, desenvolverá uma visão de time e provocará comportamentos positivos nos companheiros. 

Para citar o papel de outros atores do processo de ensino, gostaria de destacar o papel da família. Esta não deverá atrapalhar no processo, esquecendo do objetivo final para exaltar o resultado a curto prazo. Muitas vezes a família acaba incentivando um comportamento negativo, em busca da vitória a qualquer custo, provocando individualismos, cobrando professores sem saber a realidade do grupo, cobrando o resultados das crianças sem ao menos perceber se ela gosta do que está fazendo.

Depois dessa pequena viagem pelo mítico mundo esportivo infantil, esperamos er demonstrado a importância de desenvolver programas esportivos adequados aos objetivos de formação de nossas crianças.






Glossário




Liderança - Processo complexo que envolve o esforço de um indivíduo, isto é, o líder, em ajudar um grupo a identificar e alcanças objetivos pessoais e individuais (Gould, 2012). 














Seminários de Psicologia

A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, nas suas atribuições de desenvolvedora do ensino, da  pesquisa e da extensão, realizou nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2012, no auditório Alberto Amaral, os


Seminários Internacionais em Psicologia do Desporto, com o tema: DA IDENTIFICAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DA EXCELÊNCIA NO DESPORTO

O evento teve como assistência os alunos de graduação em desporto e de pós-graduação, principalmente dos mestrados em  Gestão Desportiva e em Treinamento Desportivo. Os alunos e o público em geral puderam ouvir e participar de debates acerca da psicologia no desporto e DO desporto, contando com a participação de grandes autoridades internacionais e portuguesas. Os anfitriões, professores Cláudia Dias e António Fonseca fizeram a abertura do evento saudando os participantes e agradecendo a presença de todos. 


Gostaríamos de destacar algumas apresentações, como as do professor Dan Gould da Universidade de Michigan e diretor The Institute for the Study of Youth Sportnos Estados Unidos, que apresentou 3 palestras: uma sobre os mitos do papel dos esportes para o desenvolvimento de jovens atletas talentosos; outra sobre o potencial de gestão esportiva dos atletas de forma corporativa;  e uma última sobre a criação de ambientes para o desenvolvimento de líderes através do esporte.  Esta última propôs um programa de desenvolvimento da liderança, justificando-o como uma ferramenta de características interativas, que fornece vários momentos de manifestação da liderança, com aplicação de regras entre os companheiros de equipe e tudo isso feito em um ambiente agradável. Dan Gould apoia-se em outro autores para definir as etapas do programa esportivo voltado para o desenvolvimento da liderança, que descrevem 5 níveis: 1 - respeito aos sentimentos e direitos dos colegas; 2 - participação e esforço; 3 - autodireções; 4 - ajudar os outros e liderar; 5 - transferir o que  foi aprendido (Hellison, 1995). 




Outros palestrantes que destacaram-se foram o professor da Universidade do Minho,  José Cruz, abordando o tema da excelência de atletas e treinadores,  que junto com sua orientanda Daniela Matos (autora já citada neste blog),  discutiram fatores psicológicos e práticos também de atletas da excelência.  Segundo eles, as pesquisas estão caminhando para se conseguir delinear o perfil comum dos atletas de desempenhos excepcionais.



Previsto para terminar as 17:30h da tarde de sábado, o seminário prolongou-se devido a grande atenção dada a palestra  até  do Professor Dan Gould, atraindo grande interessante dos alunos e gerando uma grande quantidade de perguntas. 


Deixo um pequeno vídeo com o Professor Dan Gould